"Joaquim José da Silva Xavier/Morreu a 21 de abril/Pela Independência do Brasil/Foi traído e não traiu jamais/A Inconfidência de Minas Gerais”. A Império Serrano eternizou no samba de 1949 a história do homem que muitos consideram ser o “herói brasileiro”. Essa visão romântica sobre a vida de Tiradentes foi moldada no decorrer do tempo, nas transcrições dos livros de história, na transformação de homem em mito. Hoje, 218 anos após o assassinato do eterno inconfidente, as especulações sobre sua vida continuam, mas seu legado revolucionário condenado a ficar apenas na estante das bibliotecas.

Esta data adquiriu um forte poder simbólico. Juscelino Kubitschek poderia ter escolhido qualquer dia de abril, mas optou pelo 21. O fato de Tancredo Neves, que representava a redemocratização do Brasil, falecer em 21 de abril de 1985, mesmo dia e mês que Tiradentes, reforçou a áurea de mártir do presidente, aumentando a comoção generalizada. E, não por acaso, 21 de abril foi acolhido como o dia das Polícias do Brasil.

Porém, a revolução da internet que oferece resumos para trabalhos escolares, os novos padrões da sociedade e a própria passagem do tempo, distanciam cada vez mais a história de Tiradentes dos estudantes dessa geração. “ Hoje a figura de Tiradentes não é muito mostrada, as pessoas só se lembram desse dia porque e feriado. Antigamente sua imagem era mais reforçada até mesmo dentro das escolas militares. O que vemos nos dias atuais é que as descobertas tecnológicas se sobrepõem a parte histórica e ao conteúdo moral”, opina o policial Adriano Francisco Belini.

Apesar disso, o dia em homenagem à Tiradentes ainda recebe atenção de alguns setores ligados ao exército e em cidades mineiras, como Ouro Preto. Para o restante da população o 21 de abril anda perdendo seu caráter histórico, principalmente nas instituições de ensino. “Toda grande data comemorativa , está fadado a cair no esquecimento e ser lembrado somente pelo comércio ou oportunidade de férias. Isso ocorre com Tiradentes, na Páscoa e no próprio Natal”, avalia a professora do ensino fundamental Priscia Barbosa.

O professor Jefferson de Almeida Pinto questiona: “Para que é preciso utilizar a figura de Tiradentes hoje? Muitos professores entendem que Tiradentes é um bom exemplo para as crianças. Em algumas cidades, o uso ainda é político. Seja na sua heroificação por parta das classes dominantes que lembram sua luta pela liberdade, seja pela sua heroificação nos movimentos de esquerda que o associariam à resistência ao imperialismo. Mas historicamente, Tiradentes não é bem representado”

A vida
Tiradentes nasceu numa fazenda no distrito de Pombal, próximo de São João del-Rei, no estado de Minas Gerais em 1746. Órfão de mãe aos nove anos e de pai aos 11, ficou sob a tutela de seu padrinho Sebastião, que era cirurgião. Com a convivência, ele aprendeu ofício de dentista prático e acabou revelando, segundo relatos da época, habilidoso na profissão. A partir daí, foi apelidado de Tiradentes.

De origem humilde, de cidade do interior, em pleno Brasil Colonial e sem grandes estudos, a história de Tirandentes não tinha motivos para ser lembrada. Porém, depois de ser tropeiro, mascate e dentista, resolveu tentar a carreira militar. Chegou ao posto de alferes no Regimento de Cavalaria Regular, o que atualmente equivale ao posto de tenente. Foi nomeado comandante na patrulha do "Caminho Novo", estrada que servia como rota de escoamento da produção mineradora da capitania mineira ao porto Rio de Janeiro.

Em 1787, pediu licença de seu regimento e viajou para o Rio de Janeiro. Foi nesse momento, que Tiradentes traçou seu destino. Lá, entrou em contato com as ideias iluminista através de José Álvares Maciel, recém-chegado da Europa. De volta a Vila Rica, passou a divulgar publicamente os ideias e difundir a irresistível pergunta: por que Minas Gerais não podia se tornar autônoma e republicana como as treze colônias inglesas?

Tiradentes virou assim, garoto propaganda do movimento emancipacionista. Por onde passava, acudia num discurso de liberdade em bares, praças públicas, ajuntamentos comercias e até mesmo nos ajuntamentos militares. Sua palavras correram de boca e boca, de Vila Rica ao Rio de Janeiro. A ideia do movimento mineiro foi crescendo e ganhando adeptos, principalmente, da elite intelectual de Minas.

A Luta
Com o declínio da produção aurífera em Minas Gerais e a pressão metropolitana de Portugal para arregadar ainda mais ouro, a situação dos donos de minas ficou difícil.

A historiadora Carla Almeida explica que, para piorar a situação na colonia, foi decretado a derrama, “uma forma de cobrança feita com violência onde os fiscais invadiam as casas em busca de ouro, deixando a população revoltada com o governo”, explica.

Os inconfidentes viram nesse contexto, o momento ideal para por em prática as ideias liberais que corriam a Europa na segunda metade do século XVIII. Este grupo era formado em sua maioria por membros da elite que haviam estudado no continente europeu, além de figuras do clero, militares de alta patente, comerciantes e donos de minas. Dentre os nomes mais conhecidos, estão Tomáz António Gonzaga e Cláudio Manuel da Costa.
As pretensões do movimento era a emancipação política, tornando Rio de Janeiro e Minas Gerais um país independente. No plano econômico, havia a intenção de estimular a manufatura, o que representava um avanço em relação em relação a economia agrária e extrativa do período colonial.

Mas a farra acabou antes mesmo de começar. Domingo de Abreu Vieira, Joaquim Silvério dos Reis e João Rodrigues de Macedo delataram a conspiração em troca do perdão de suas dívidas fiscais.

Os inconfidentes de elite foram julgados e receberam como castigo a tranferência para outras colônias portuguesas. Para Tiradentes, sobrou a forca.

A morte
Com a denúncia da Inconfidência Mineira, Tiradentes foi preso no Rio de Janeiro e permaneceu incomunicável numa masmorra escura durante três anos. Foi condenado pode ter cometido crime lesa-majestade, que significa traição ao Rei. Sua sentença de morte, lida em 18 de abril de 1798 foi executada no campo da Lampadosa (atual praça Tiradentes).

A Coroa Portuguesa ordenou que, depois de enforcado, seu corpo fosse esquartejado e sua cabeça pendurada em Vila Rica (atual Ouro Preto). Os outros membros foram colocados em postes de outras cidades entre Minas e Rio. O objetivo dessa crueldade era que o castigo de Tiradentes servisse de exemplo para outros que pretendessem seguir o projeto da Inconfidência, uma espécie de bode-expiatório.

Conforme os termos da sentença, a casa de Tiradentes em Vila Rica foi derrubada e seu terreno salgado, para que nada mais nascesse naquele solo.

Somente em 1867, quando ergueu-se um monumento em sua memória, Tiradentes passou a ser reconhecido como mártir da Inconfidência Mineira. No ano de 1965, o dia 21 de abril passou a ser feriado nacional por lei e Tiradentes passou a ser proclamado como patrono cívico da nação brasileira e das Policias do Brasil.

A figura de herói
Jesus. Essa é a imagem que vem a mente da maioria das pessoas ao olhar para a figura que representa Tiradentes. Existem muitas especulações a respeito dessa semelhança no meio acadêmico. Para alguns historiadores, o retrato de Tiradentes foi montado propositalmente para receber uma conotação religiosa e reafirmar um caráter de mártir. Com barba e cabelos grandes, roupa branca que remete a figura de santos, além da própria fisionomia faz relação com a imagem de Cristo.

Em entrevista para o site Cafehistoria, a professora de história da Unesp de Assis, Célia Reis Camargo, afirma que a ideia de herói é equivocada “Ele foi um um grande líder que lutou pelos seus ideais. Quando foi enforcado, Tiradentes estava careca e com a barba feita.Cabelo e barba longos poderiam interferir na ação da corda.”

A construção do retrato de Tiradentes está ligado à época em que o Brasil, controlado e explorado pela monarquia portuguesa, se agitava com as ideias republicanas. “Historiadores que trabalham com a produção artística brasileira destacam a importância que imagens de Tiradentes exerceram para a estabilização do sistema republicano no país. Tiradentes não poderia ser visto como um radical, precisava ser visto como um agregador. A sua imagem relacionada com o Cristo crucificado acabaria por atribuir-lhe uma função cívica e religiosa importante para os primeiros anos do novo sistema”, explica o professor Jefferson de Almeida Pinto.

Mas o fato é que Tiradentes se consagrou como o “herói brasileiro”. E é dessa forma que ele continua sendo visto por muitos. Para o policial Adriano Belini, Tiradentes foi um guerreiro “Ele lutou pra sair da pressão da metrópole. Organizou um movimento que conseguiu trazer pessoas para o grupo dele e mostrar a situação que o país vivia e o povo abaixava a cabeça. Ele via que aquela colônia ali tinha condições de progredir, de caminhar com as próprias pernas. Ele tinha uma visão de futuro para a colônia”.

Tiradentes é um personagem de grande importância na construção da história brasileira. Em vida, não alcançou os objetivos de tornar independente o Brasil colonial. Depois da trágica morte, virou ícone de seus ideias e acabou por simbolizar a luta pela liberdade. Reconhecimento, antes que tardio.
Thais Caselli

Sábado a noite e os cartões postais de várias cidades do mundo estavam no escuro. Quem saiu pra jantar, encontrou velas sobre as mesas e as luzes desligadas. Mas dessa vez o apagão era voluntário e tinha um objetivo: chamar a atenção para as mudanças climáticas. No dia 27 de março de 2010 realizou-se a chamada A Hora do Planeta, que deixou no escuro milhões de pessoas espalhadas pelos 125 países participantes.

A notícia de que ‘esse verão será o mais quente de todos’ já virou clichê. Enchentes e deslizamentos de terra se tornaram rotina nas reportagens dos telejornais. Pelo mundo, terremotos destruíram cidades, vidas. O primeiro semestre de 2010 sequer terminou, porém as cenas de destruição protagonizados pelos desastres naturais, fazem voltar a tona uma difícil pergunta: o que está acontecendo com a Terra?

Cientistas de todo o planeta buscam por essa resposta e grande parte deles revela o que mundo já sabe de cor: a temperatura continua subindo, as catástrofes estão acontecendo e todos nós somos responsáveis por isso. A partir daí, surgem intermináveis discussões e protestos anti-aquecimento realizados principalmente por ONGs, que desempenham um papel importante na mobilização social em torno das mudanças climáticas.

Pensando nisso, a WWF-Austrália criou A Hora do Planeta. O movimento começou em 2007, quando a ONG propôs aos moradores da cidade de Sidney apagar as luzes de suas casas por uma hora. Este ato serviria como forma de protesto contra o descaso do governo e das empresas aos problemas ambientais. A idéia se espalhou pelo mundo e, em 2008, já contava com 35 países.

Monumentos históricos como a Torre Eifel (França), o palácio de Buckingham (Londres), Coliseu (Itália), Times Square (EUA), Esfinge do Cairo (Egito), a Cidade Proibida (China), o Pathernon (Grécia) entre outros locais mundialmente conhecidos ficaram no escuro, aderindo à A Hora do Planeta. O Japão participou pela primeira vez este ano, apagando as luzes do Memorial da Paz em Hiroshima e a Torre de Tóquio.

No Brasil, 72 cidades de 20 estados apoiaram a causa. O Rio de Janeiro apagou a luz de lugares como o Cristo Redentor, Lagoa Rodrigo de Freitas e Orla de Copacabana. O apagão de 60 minutos também recebeu a atenção do Congresso Nacional, em Brasília e da Ponte Estaiada em São Paulo.


O que é aquecimento global
O tão temido aquecimento global, objeto de protesto da A Hora do Planeta, significa a elevação da temperatura do ar e dos oceanos. A bióloga Mariana Cardoso explica que, assim como o efeito estufa, o aquecimento é um fenômeno natural da Terra, mas que com a industrialização, esse processo se acelerou. O desmatamento e a queima de combustível pelos carros e indústrias poluem o ar, liberando o gás carbônico, enxofre, metano e outros gases tóxicos, que se acumulam na atmosfera. Esse acúmulo impede que parte dos raios solares voltem para o espaço, agravando o efeito estufa. Como conseqüências, a maioria dos cientistas alertam para o rápido derretimento das calotas polares, a ameaça de extinção de algumas espécies de animais e vegetais, o surgimento de desertos, a ocorrência de ondas de calor . Existe ainda a previsão de falta de água potável, mudanças drásticas nas condições de produção de alimentos e aumento no número fenômenos naturais como tufões e furacões.
Segundo o IPCC - Painel Intergovernamental para Mudança Climática da ONU- quando mais quente fica a Terra, mais umidade o ar é capaz de transportar, o que facilita a ocorrências de chuvas torrenciais. Países tropicais, como o Brasil, que já possuem freqüências elevadas de chuva durante o verão, são os que mais sofrem, registrando grandes e devastadoras enchentes, como as que ocorreram nos estados de Santa Catarina (2008), São Paulo (2009) e Rio de Janeiro (2010).

Ficar no escuro ajuda?
O ato de apagar a luz, proposto pela Hora do Planeta, é apenas simbólico e foi adotado porque é uma ação de visibilidade, simples, podendo ser feito por qualquer pessoa.
O principal objetivo da iniciativa não é economizar energia desligando a luz por 60 minutos, mas sim chamar a atenção para o aquecimento do planeta. Porém, é também uma forma de lembrar que na escala global, a geração de energia é a principal fonte de emissão de gases de efeito estufa.

A matriz elétrica brasileira é considerada limpa, já que 45,3% de sua produção é proveniente de fontes como recursos hídricos, biomassa e etanol, solar e eólica. Com o aumento das pressões ambientais, os governos e organismos internacionais resolveram aumentar seu empenho na substituição dos combustíveis fósseis. A União Européia, por exemplo, convocou os 27 países membros a trocar pelo menos 10% do volume de combustíveis fósseis usados em veículos por biocombustíveis até 2020. E mesmo a China, tão fechada para assuntos climáticos, investiu US$ 34 bilhões em energia limpa no ano passado, quase o dobro do investimento realizado pelo EUA.

Aquecimento no Brasil
A grande preocupação do Brasil se refere aos desmatamentos e as queimadas. Esses dois fatores respondem por 75% das emissões de CO2 no país. Se forem consideradas apenas as emissões de CO2 decorrentes da queima de combustíveis fósseis, o Brasil é o 16º maior poluidor do mundo. Mas, se for levada em conta a devastação ambiental, o país salta para a quarta posição.

Lutar contra o esse tipo de crime ambiental exige mobilizações políticas, econômicas e geográficas complexas. A engenheira ambiental Carolina Soares avalia que aliado a educação ambiental, é importante a criação de legislações mais rígidas e uma fiscalização mais atuante para combater o crime ecológico. Para Carolina, é necessário “a disponibilização de recursos para programas de contenção de queimadas e desmatamentos, uma vez que platio da cana-de-açúcar e o aumento das fronteiras agropecuárias são dificieis de controlar.”

Aquecimento global realmente existe?
Existem milhares de pesquisadores que discordam da veracidade dos dados sobre o aquecimento global. “Eles alegam que há distorções nos resultados das pesquisas e que os dados obtidos não são suficientes para determinar o impacto que os gases estufa podem causar e muito menos qual a influência humana”, resume a bióloga Mariana.

As duas linhas divergentes de pensamento sobre o aumento da temperatura do planeta geram polêmica do mundo científico. De um lado, os membros do IPCC, que desde o relatório publicado em 2007, apontam os aumentos de gases de efeito estufa (principalmente CO2) na atmosfera como principal fator promotor deste evento. De acordo com esta linha de pensamento, o aumento da atividade humana pós revolução industrial, acelerou a emissão desordenada de gases do efeito estufa (CO2, metano, óxidos nitroso e CFC´s) para atmosfera. Segundo o outro grupo de cientistas, considerados os céticos do clima, o planeta já passou por vários períodos naturais de resfriamento e aquecimento e desta forma, o atual aquecimento poderia estar muito mais relacionado com condições naturais do que com a atividade humana.
“Mas independente de onde esteja a razão, se é que ela exista, é necessário sempre avaliar a questão com um olhar crítico, buscando resultados de pesquisas comprometidas com o interesse científico e não somente com questões políticas e/ou econômicas.”, conclui a engenheira Carolina.


O mundo sem consenso e sem ações
Depois da conferencia de Copenhague em dezembro do ano passado, a preocupação com o meio ambiente só se agravou, porque o que vimos foi o eterno dilema dos países industrializados indispostos cooperar. Mais uma vez, os interesses econômicos e os conflitos políticos bloquearam as medidas necessárias para amenizar o aquecimento global. E no meio do jogo de empurra-empurra entre os dirigentes do mundo, os poucos resultados alcançados não tem valor legal. De acordo com o documento oficial da conferência, a temperatura do planeta não pode subir mais que 2º C até o fim do século.

Desconsiderando a recomendação dos cientistas, de 25%, a conferência propôs a redução 20% da emissão de gases poluentes até 2020. Menciona-se também um financiamento de US$ 10 bilhões por ano até 2015 cedido aos países pobres e que poderia chegar a US$ 100 bilhões por ano a partir de 2050. Porém, tudo isso são apenas propostas. O Conferência não prevê nenhum tipo de meta global de redução de gases estufa, ou seja, cada país agirá por conta própria e da forma que achar melhor. Os dirigentes também não planejaram nenhum tipo de fiscalização, apenas um acompanhamento.

As pretensões do movimento A Hora do Planeta, vão muito além do que ficou decidido em Copenhague. A WWF enumerou uma série de medidas pelo qual esse projeto vem lutando. As principais e mais urgentes mudanças, segundo a organização não-governamental são o comprometimento dos países industrializados em reduzir 40% de suas emissões até 2020; Financiamento público na ordem de 160 bilhões de euros para países em desenvolvimento investirem em adaptação e redução de emissões; e Um novo conjunto institucional no âmbito da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudanças do Clima, permitindo coordenação, apoio e execução das decisões de forma transparente e democrática. Para países com florestas tropicais, como o Brasil, a organização propõe reduzir as emissões por desmatamento em 75%, também até 2020.

Soluções ambientais
“Solucionar completamente todos os danos que nossa civilização causou ao planeta, é considerado impossível”, afirma a bióloga Joana Freitas. O que se pode fazer é diminuir e controlar as emissões de gases poluentes. Segundo Carolina, o tipo de adaptação depende da atividade da empresa e principalmente do tipo de impacto que gera. Porém pequenas medidas de nível pessoal e empresarial fazem a diferença quando adotados pela coletividade “Todos podem e devem contribuir no dia a dia com tarefas simples, como coleta seletiva de lixo, utilizando o transporte público e exercendo o consumo consciente”, relata a engenheira.

A Hora do Planeta é uma tentativa e um aviso de que não podemos mais fechar os olhos, ou empurrar para que a próxima geração resolva nossos problemas ecológicos. Este é um exemplo de movimento que dá certo porque que vários países do mundo aceitam fazer a mesma coisa, ao mesmo tempo, com o mesmo objetivo. Será que esse consenso vai ser possível um dia em termos de políticas ambientais? O futuro mostrará.
Thais Caselli

PEQUENA NOTA DE DESABAFO

Uma das coisas que mais me enfurece nesse mundo moderno é a dependência doentia ao famoso SISTEMA. Tudo, absolutamente tudo hoje depende dos computadores.

Essa semana meu ódio contra essa situação aumentou consideravelmente. Pra começar, você humildemente sai de casa com a melhor das intenções de pagar uma conta de telefone. Chega no banco e o que encontra? O SISTEMA FORA DO AR.

Depois, precisando de um serviço público de primeira instância, como a polícia, você é surpreendida com o absurdo de não conseguir porque O SISTEMA ESTÁ FORA DO AR. É o cúmulo, né?

Por último, você vai até a loja comprar uns enfeites pra festa do seu sobrinho e a moça diz com toda aquela simpatia de uma dia inteiro de trabalho que O SISTEMA ESTÁ FORA DO AR, a senhora pode esperar um pouquinho?

Lembrando que não vale zangar com o gerente do banco, nem ao menos com o guardinha por causa do sistema, afinal eu não tenho culpa minha senhora.

Maldita teia a que pregamos nossas contas de banco, saldos de telefone, fotos digitais, bolsa de valores. Já pensou se todos os sistemas do planeta dessem 'pobrema' ao mesmo tempo? Não. Não. Melhor não pensar. Esqueça.

Bom, buscando uma consolação para meu dia eu pensei que é melhor o sistema que nós, meros mortais inventamos, ao invés de um sistema nervoso. Ou Solar. Ou digestivo. Já pensou? Uma prisão de ventre por tempo indeterminado? Não. Não. Melhor não pensar. Esqueça.


Pô sistema, se liga! (literalmente)



Todos os anos no mês de fevereiro é esperado o querido
e amado carnaval brasileiro, uma festa que reúne todos os tipos de pessoas, de rainhas do pop à varredores de rua numa única festa, mesmo um estando em camarotes 3D e o outro, claro, varrendo a sujeira do camarote.
A querida época em que todos podem libertar suas fantasias sem parecer uma criança ou se preocupar se você está parecendo mais uma bichona ou com o que as pessoas vão falar no dia seguinte, afinal é carnaval e você estava só de "sacanagem"(urrun, sei sua bicha loca em roupa de mulher!)
Sérios empresários se transformam em belos homens que se escondiam atrás de um terno (tudo o que é bonito é pra se mostrar, safadeeeeenho), usando apenas sunga e sua maleta no desfile dos blocos.É uma oportunidade única de ver seu professor vomitando de tão bêbado em um beco qualquer ou então ver seu professor mais odiado pegando uma baranga ou um traveco e ainda usar isso como chantagem até quando você se formar na faculdade.
É uma ótima época para se declarar pro menino que você é apaixonada desde a 1ª série e se ele disser que você é ridícula juraar até os últimos dias da sua vida que estava bêbada e que o confundiu com o cara que você acabou se casando, que provavelmente, um dia, também usou essa desculpa com outra garota e se ferrou, assim como você. Ou pegar o cara mais lindo da sua escola e esquecer porque estava muito bêbada e teve que ser levada ao hospital pelos seus amigos para tomar glicose, seus amigos que aliás, também estavam bêbados e resolveram ligar para seuss pais e deixar você para trás enquanto eles curtiam o carnaval sem você,enquanto você pobre coitado, recebia o seu castigo que iria durar até quando você casasse, com o cara que você não queria casar,mas que acabou engravidando num desses carnavais e foi obrigada a casar pelos mesmos pais que haviam lhe deixado de castigo até você casar.
Uma oportunidade de se apaixonar em um bloco por uma pessoa e ficar apaixonada por ela até sua amiga chamar você para o outro bloco, onde você vai conhecer o amor da sua vida mas logo depois vai perder ele por alguma menina que está com uma fantasia menor que a sua e descobrir que na verdade, ele é um canalha, mas você vai superar muito rápido pois no dia seguinte tem outro bloco.

Ahhh, o Carnaval, ótima época modelos decadentes ficarem nua na avenida e ter a cara-de-pau falar que é nu artistico e que não vai aceitar convites para pousar na playboy,mas será a coelhia de março. Por mais puta ousada sua fantasia seja isso é totalmente irrelevante, afinal, é CARNIVAL, ops CARNAVAL!!


Aprovoveitando as Olimpíadas de Inverno, M.

Quando a gente se apaixona, entra em tal estado de demência (desculpe, nao achei palavra melhor) que não nos damos conta da roubada em que nos metemos. E digo roubada no sentido literal. No início do namoro é tudo lindo e colorido, juras de amor eterno e o escarcéu. Porém, com o tempo, muitos casais começam a ver que nem tudo é um mar de rosas e um relacionamento de semanas, meses ou até anos chega ao fim.

O problema é que ao longo do período em que estão juntos, os pombinhos procuram demostrar seu amor atraves das coisas materiais, comprando bichinhos de pelúcia, coraçõezinhos, porta-retratos, almofadinhas, cordõezinhos, essa bugiganga toda. É aí que entra a roubada.


Namoro terminado. Mas nem tudo acabado. As evidências de um amor passado permanecem na casa, espalhados pela cama, dentro das gavetas, nas pastas do computador. E é nesse momento em que nos vemos diante da situação paradoxal: queremos esquecer o passado, mas não temos coragem de jogá-lo no lixo.

Pensando nisso (eis o verdadeiro motivo do post), foi inaugurada uma loja na China disposta a guardar as lembranças de antigos amores.



Batizada de "The Dinosaur's Love Bank", a loja situada num parque em Pequim cobra 10 iuanes ao mês, o equivalente a R$ 2,75, para manter brinquedos, fotos e documentos nos seus depósitos. Porém o que mais se encontra lá são cartas de amor.

Segundo o dono, Gong Yelong,a ideia surgiu quando um amigo que ia se casar, pediu que Gong guardasse cartas de ex-namoradas que ele não tinha coragem de jogar fora.

A maioria da clientela é formada por mulheres com menos de 30 anos. Cada cliente assina um contrato por um determinado período de tempo, que pode variar de um mês a 30 anos.

Mas no final, dá no mesmo mandar pra loja ou gruadar em casa. E você ainda entra em outra roubada, porque vai ter que pagar. E não vai se livrar dos presentes, só escondê-los em outro lugar que não fique à vista.

Eu mesmo tenho cartinhas de amigos (amigos!) de infância, lembrançinhas de aniversário, cartões de Natal que não consigo jogar fora. Mas isso ainda cabe dentro de uma caixa. O problema é quando a os objetos são maiores, por exemplo: bonecas, agendas, cadernos de outras séries (sim, eu guardo).. coisas que você sabe que jogando fora, ou dando a alguem, nunca mais verá de novo.

Se esse é um post sobre amor ou separação, depende do seu ponto de vista.

Os japoneses sempre nos surpreendem com suas inovações tecnológicas excêntricas, principalmente na área na robótica. Porém desta vez, um grupo de 7 rapazes orientais estão chamando atenção, via youtube, através de cavaquinho, pandeiro, bateria e "samba" no pé.

Trata-se da banda de pagode japonesa Y-no formada em 2oo7, por estudantes da Sophia University, local onde conheceram um clube especializado em música brasileira.

A canção de sucesso no momento é "Querida Meu amor", que caiu no youtube a duas semanas atrás e conseguiu mais de 100 mil visualizações desde então. O vídeo foi gravado durante um show num bar de Tóquio:

http://www.youtube.com/watch?v=IVNlM_JlWCw

"Eu estava sofrendo para te procurar
Namoração da internet é bom, né?
Eu sou galinha
Eu quis te olhar, a mulher nua
Mas agora você já está batendo no meu coração
Aí gatinha, me dá uma chance para este lixo
Ma-ra-vi-lho-so"

No site da banda( http://grupo-yno.cocolog-nifty.com/ ), estão várias fotos de shows e os videos de outras músicas (não menos engraçadas).

Num português bem macarrônico eles produzem um pagode meio rockeiro que vem agradando por possuir, segundo eles, um ritmo rápido e divertido.

Mas apesar da "bizarrice", esses japas estão de parabéns porque cantar em português deve ser muito dícil para eles, assim como seria para nós cantar em japonês. Portanto, vamos perdoar o sotaque, ok?

Eles mesmos escrevem a letra das músicas e traduzem para o português. Ou seja, japoneses que cantam pagode e algumas músicas ainda são em inglês. Maldita globalizaçao!

"A essência da vida é facilmente encontrável num último dia de férias.”(Dirceu Alves)

O negócio começa assim: você está no primeiro tempo da aula de física, ouvindo seu professor estranho falar algo sobre a queda livre de um projétil numa velocidade uniforme. Na janela ao lado está uma linda tarde de sol te chamando pra saltar de para-quedas.

Depois você se vê na aula de química, que conta com a ilustre presença do professor perturbado, filosofando sobre os cálculos estequiométricos. Você então percebe que pode ser um excelente desenhista de mesa e grafiteiro com caneta bic.

Para completar sua tarde de segunda feira, entra na sala a sempre amada professora de matemática e ela começa uma divina demonstração sobre a função quadrática de quinto grau aplicada a números complexos. Entre um PI e outro x= y+8K², você percebe que o barulho da chuva do outro lado serve como uma canção de ninar.



A gente começa a fazer planos de viajar de Pato Branco à Salvador, aprender a patinar do gelo, ir a praia todo dia até o sol nos expulsar, dormir quinze horas por dia, acordar tarde, dormir tarde, entrar na academia e perder 10 quilos pro carnaval, fazer aula de guitarra e ir a todos os shows de rock programados.







Eis que todo mundo solta um grito desesperado aos deuses suplicando FÉRIAS. Depois de um ano de provas, emporro de professor, nota vermelha, recuperação, trabalhos do Wikipédia e colas no estojo, chega os tão almejados dias de folga.
Os dias começam, a sensação de liberdade vem. Os planos de acordar/dormir tarde se concretizam. Mas quanto aos outros.. a gente vai vendo que a grana ta curta e que a preguiça cria raízes.




No fim, passamos todos os dias mofando em frente ao computador. Maldita internet destruidora de sonhos. E o que é mais estranho, começamos a sentir uma pontinha de falta da escola/faculdade. Essa pontinha vai crescendo, evoluindo, até chegar ao estágio de saudade. Vira ansiedade, vontade, animação.

Material novo (e quase sempre desnecessário), rever os amigos (com os quais você falou todo dia por msn), sair do tédio do quarto (para o qual você vai querer voltar assim que a primeira prova for marcada) e a inocente promessa de que 'esse ano vou estudar'. Ahh.. doce ilusão. Como a gente consegue cair todo ano na mesma pegadinha?