"A essência da vida é facilmente encontrável num último dia de férias.”(Dirceu Alves)

O negócio começa assim: você está no primeiro tempo da aula de física, ouvindo seu professor estranho falar algo sobre a queda livre de um projétil numa velocidade uniforme. Na janela ao lado está uma linda tarde de sol te chamando pra saltar de para-quedas.

Depois você se vê na aula de química, que conta com a ilustre presença do professor perturbado, filosofando sobre os cálculos estequiométricos. Você então percebe que pode ser um excelente desenhista de mesa e grafiteiro com caneta bic.

Para completar sua tarde de segunda feira, entra na sala a sempre amada professora de matemática e ela começa uma divina demonstração sobre a função quadrática de quinto grau aplicada a números complexos. Entre um PI e outro x= y+8K², você percebe que o barulho da chuva do outro lado serve como uma canção de ninar.



A gente começa a fazer planos de viajar de Pato Branco à Salvador, aprender a patinar do gelo, ir a praia todo dia até o sol nos expulsar, dormir quinze horas por dia, acordar tarde, dormir tarde, entrar na academia e perder 10 quilos pro carnaval, fazer aula de guitarra e ir a todos os shows de rock programados.







Eis que todo mundo solta um grito desesperado aos deuses suplicando FÉRIAS. Depois de um ano de provas, emporro de professor, nota vermelha, recuperação, trabalhos do Wikipédia e colas no estojo, chega os tão almejados dias de folga.
Os dias começam, a sensação de liberdade vem. Os planos de acordar/dormir tarde se concretizam. Mas quanto aos outros.. a gente vai vendo que a grana ta curta e que a preguiça cria raízes.




No fim, passamos todos os dias mofando em frente ao computador. Maldita internet destruidora de sonhos. E o que é mais estranho, começamos a sentir uma pontinha de falta da escola/faculdade. Essa pontinha vai crescendo, evoluindo, até chegar ao estágio de saudade. Vira ansiedade, vontade, animação.

Material novo (e quase sempre desnecessário), rever os amigos (com os quais você falou todo dia por msn), sair do tédio do quarto (para o qual você vai querer voltar assim que a primeira prova for marcada) e a inocente promessa de que 'esse ano vou estudar'. Ahh.. doce ilusão. Como a gente consegue cair todo ano na mesma pegadinha?

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